Com “penseiro”?

Com “penseiro”?

“Com penseiro ou sem penseiro?”, disse a pretendente a auxiliar de minha mãe nas tarefas de nossa casa quando foi entrevistada para o emprego. A inusitada resposta à pergunta de quanto gostaria de ganhar levou minha mãe a questioná-la: “o que é penseiro?” “Bom”, respondeu a mulher, “se vocês querem que eu pense sobre as coisas da casa, tipo o que está faltando na despensa, ou o que vai ser feito para o jantar, o valor é um. Mas, se for apenas para fazer o trabalho do dia a dia, o valor é menor”.

Intuitivamente aquela senhora sabia que “pensar” merece ser melhor remunerado que o simples trabalho mecânico. Aliás, talvez seja a capacidade de perceber as circunstâncias, analisar consequências e proativamente sugerir soluções um dos ativos mais difíceis de encontrar no mercado de trabalho e de serviços nos dias atuais. Pensar criticamente sempre deve ser valorizado, mesmo porque fazer o comum e repetido pode levar a caminhos sem volta para uma empresa.

Pensar, portanto, não é um commodity. Muito pelo contrário! Pensar é sair do padronizado, do mecânico, da resposta fácil, da falta de percepção de que nossas tarefas estão inseridas em um todo orgânico. De que adianta alguém que saiba bater o martelo, mas não tem ideia alguma de qual a utilidade do prego?

Pensar não se vende à granel.  Assim também em compliance. Bons profissionais de conformidade não são meros replicadores de manuais estrangeiros. Compliance não é um software de prateleira, uma calça unissex ou um controle remoto universal. Um bom programa de compliance será sempre um produto feito sob medida, e o profissional dessa área é um artesão.

Certo é que o mercado brasileiro ainda precisa amadurecer muito. As empresas precisam compreender que o compliance veio para ficar. É preciso perceber muito bem que um dos  resultados de um bom programa de conformidade é nenhum. Nenhum escândalo, nenhum problema regulatório, nenhuma crise reputacional, enfim, é um nenhum positivo. Compliance , portanto, é como saúde, podemos descobrir a sua importância do pior jeito possível! Previna-se! Contrate profissionais, empresas, escritórios de advocacia que pensem o negócio, compreendam a realidade e entreguem qualidade. Mais caro que o compliance é o não-compliance,

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