Assumir riscos e os limites éticos, regulatórios e legais

Assumir riscos e os limites éticos, regulatórios e legais

Riscos. Está aí um dos conceitos mais romantizados pelos empreendedores. Quem não se sente energizado quando ouve Mark Zuckerberg dizer que “o maior risco é não arriscar nada…em um mundo em mudanças muito aceleradas, a única estratégia cuja falha é garantida é a de não assumir riscos”. E nem precisamos falar que isso é algo típico da modernidade, pois Heródoto já nos dizia que “os grandes feitos são forjados pelos grandes riscos”. 

Obviamente, um em milhões vai se tornar um milionário do Vale do Silício ou um Júlio César, mas qualquer um que pretenda empreender está assumindo o risco, inerente a um capitalismo sadio, de não dar certo. Walt Disney declarou falência de sua primeira empresa antes de conseguir emplacar o camundongo Mortiner, sabiamente rebatizado para Mickey, e iniciar um império que hoje vai de Star Wars, Marvel até seus personagens clássicos e parques recreativos. 

Arriscar a colocar uma nova ideia ou produto no mercado, estabelecer-se em um local em que entenda haver potencial de crescimento, ter a cara e a coragem de abrir uma empresa, todas essas situações são riscos inerentes ao negócio, e navegar por eles é a única forma de se alcançar o sucesso.

Entretanto, nem todo risco é igual. O sucesso não pode ser visto como um fim para o qual todos os meios para o atingir sejam válidos. Assim, há muito que se pensar sobre ética – para não falar de limites legais e regulatórios – quando tratamos sobre riscos. E este conceito é a base sobre se constrói a integridade. Somos íntegros porque agimos corretamente diante das circunstâncias que se apresentam em nossa vida. Ninguém é íntegro porque faz discursos a favor da ética ou sonha ser um Martin Luther King.

Cada negócio, empresa, associação ou instituição, assim, possui riscos que lhe são próprios. Alguns são típicos de qualquer negócio: Vou conseguir fechar as vendas? Meu produto será aceito? Será que este serviço que eu estou oferecendo atende as expectativas dos clientes? São tantas as preocupações que passam diariamente na cabeça do empreendedor, ainda mais em um país como o Brasil, que fica difícil discutir com ele coisas etéreas, impalpáveis e custosas – pelo menos na sua primeira impressão – como programas de compliance.

Mas é essencial que a integridade esteja no DNA da empresa, revelando-se já no seu nascimento. Reservar tempo para pensar em conformidade ética, padrões de conduta, formalização de procedimentos também faz parte do processo de construção de uma startup. E é de pequenino que se torce o pepino, como dizia antigamente. 

Dessa forma, há soluções de conformidade que se adequam a todos os tamanhos de empresas, permitindo que o empreendedor foque no seu negócio, não sendo distraído pelo caminho com problemas legais, regulatórios e éticos que não foram corretamente avaliados quando eram apenas riscos.

O que fica de tudo isso é que o empreendedor deve ter uma visão mais realista e menos romântica sobre riscos. Ou seja, é preciso os avaliar corretamente para poder tomar a decisão de assumi-los. Mas também essencial ter clareza que há riscos que não deve assumir por impedimento ético, regulatório ou legal. Para isso um profissional de compliance é essencial. Capitalismo é ainda o melhor sistema, pois premia inovações, trabalho duro e resiliência, e não se confunde com uma arena de vale tudo onde todos os riscos são permitidos.

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